O PATRIMÔNIO RELIGIOSO.

A Igreja Católica é uma instituição fascinante. Ela é milenar; é política; é monárquica; e é mística. Detém obras artísticas de valor inimaginável para um cidadão comum e é dona de prédios magníficos. O seu legado para o mundo a torna onipresente, refletindo nas culturas, nas famílias e nos conceitos mais rigorosos da formação humana.

Com o acontecimento da renúncia, percebemos que até os que se declaram não católicos se sentem atraídos em debater sobre o que significa a renúncia papal e os rumos da sucessão para o rebanho católico no mundo, que em números pode chegar a mais de 1 bilhão de fiéis. Com uma estrutura assim, tão representativa de fiéis, de patrimônio e de legados litúrgicos, o que realmente pode significar a renúncia de Bento XVI dentro de um contexto ainda mais amplo?

Foi apenas um gesto de humildade que se possa atribuir a um sacerdote ou uma estratégia política para o exercício de um "bom combate", como algo que evidencie uma visão pessoal que e que será articulada para a Igreja no século 21? É, contudo, uma atitude de ousadia que o desvencilha de um cargo vitalício e o faz descer do trono, e o coloca na clausura aos olhos públicos favorecendo-o no papel essencialmente político.

O acontecimento, ao mesmo tempo, traz um claro sentimento de que a Igreja é mais "material" do que o papel a que sempre se propôs e que que foi tão bem apoiado por Bento XVI ao longo deste curto papado. Talvez o que gere este interesse mundial, e é de fato uma enigmática surpresa, é que o inusitado da decisão vai de encontro ao aspecto missionário que convida o missionário a uma vida superior a dores, desejos e pragmatismo.

Para quem acompanha os rumos da Igreja Católica irá perceber que os novos Cardeais nomeados entre o Papa anterior (João Paulo II) e Bento XVI mantém a mesma linha ortodoxa defendidas por esses Papas e são menos flexíveis às manifestações temporais. Mas, para que servirá uma religião conciliadora com o mundo? Neste misto de influências da liturgia milenar como também do aspecto político da religião, melhor mesmo é a Igreja bem segurar suas bases, imutável para seu reconhecimento quando analisadas no tempo.

Quando penso sobre essa base imutável arremeto-me ao fato de que tudo o que foi institucionalizado pela Igreja já está em um patamar muito alto. Independente dos novos acontecimentos, o mais provável é que as pessoas fiquem como exatamente estão: os praticantes das liturgias católicas buscando encontrar suas respostas olhando sempre lá para trás, e de outro modo os não praticantes em suas buscas alternativas da forma como convier. Haja visto que o principal patrimônio, o rebanho, oferece sustentação para algo já tão grande em sua influência e riqueza, mas tão contrário ao conceito de riqueza como se fez entender o Papa João Paulo I (foto: ao lado, com 33 dias de papado).

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