AVANÇO BRASILEIRO - CÉLULAS TRONCOS PARA TRATAR DIABETES

Clique na imagem para ampliá-la e saiba mais sobre o estudo.  (Fontes: Ministério da Saúde / Centro de Estudos do Genoma Humano / Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC) e Lei de Biossegurança)

Na indesejada gordura retirada em uma cirurgia de lipoaspiração pode estar a cura para uma doença que atinge mais de doze milhões de brasileiros: o diabetes. O caminho, porém, depende de muita pesquisa, e uma delas será feita pela Fundação Ezequiel Dias (FUNED), em Minas Gerais. Para tanto, um laboratório está sendo montado para receber equipamento capaz de extrair células-tronco do tecido adiposo. A máquina vai ser instalada no Hospital Vila da Serra, e o excedente de células-tronco será repassado para a fundação desenvolver o estudo. Deseja-se que as descobertas possam ser usadas para tratamentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Sabemos que quando a célula-tronco é colocada de volta no tecido, outras iguais são geradas. Porém, no caso do diabetes, se o material for injetado no pâncreas (lesado pela doença), pode surgir uma pancreatite. “A ideia é fazer uma diferenciação in vitro para as células produtoras de insulina”. O estudo será iniciado com ratos, e o objetivo é testar se as células-tronco conseguem controlar a glicemia (nível de açúcar no sangue), conforme fui informado.

As células-tronco do tecido adiposo podem ser encontradas em qualquer fase da vida, e seu uso não está associado a questões éticas e religiosas. Outra vantagem é que o procedimento pode ser autólogo, ou seja, são usadas estruturas do próprio paciente. “Elas podem ser facilmente retiradas do corpo, por meio de lipoaspiração ou cirurgia abdominal, sendo imediatamente disponíveis para utilização no próprio paciente ou para a diferenciação in vitro - informou um pesquisador”. Ainda, estudos também demonstram que essas células são capazes de inibir o processo de rejeição pelo organismo, além de modular o processo inflamatório, propiciando uma melhor cicatrização.

Em detalhe, sabe-se que as células-tronco ainda não são usadas no tratamento de diabetes. O tratamento convencional com injeção de insulina demanda seu uso pelo resto da vida, e a alternativa do transplante de ilhotas encontra barreiras na escassez de doadores e na utilização de imunossupressores para evitar o risco de rejeição.

O tratamento com células-tronco do próprio paciente, transformadas em ilhotas produtoras de insulina e com nenhum risco de rejeição, aumentaria enormemente a qualidade de vida dessas pessoas, além de reduzir o custo para o sistema de saúde. Na opinião de pesquisadores, seria uma terapia definitiva.

O projeto conta com o apoio do Hospital Vila da Serra, do Banco do Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). A empresa GID Brasil vai fornecer para a Funed os equipamentos de laboratório para a realização das pesquisas. As células serão retiradas e processadas no Vila da Serra por meio de uma cirurgia de lipoaspiração; em seguida, o material será encaminhado para a Funed, onde será realizado o processo de caracterização e diferenciação em células produtoras de insulina.

Segundo Esther Bastos, a plataforma que será disponibilizada já é usada em outros países para terapias de reconstrução corporal pós-trauma ou câncer, para cicatrizar feridas complexas causadas por diabetes e radioterapias, queimaduras, artrites e rejuvenescimento, entre outros procedimentos. O diretor médico da GID Brasil, Sérgio Duval de Barros Vieira, destaca que a gordura é um dos maiores reservatórios de células-tronco do organismo, e que, de acordo com estudos já realizados no exterior, 1g do tecido produz aproximadamente 250 mil células, quantidade muito superior ao número isolado a partir de outras fontes do corpo humano. “Aproximadamente, 220 mil cirurgias estéticas de lipoaspiração são realizadas no Brasil a cada ano, produzindo rotineiramente grandes volumes de valiosos tecidos”, cita.

Palavra de especialista: Cuidados éticos.

 “Toda pesquisa que envolve ser humano precisa de alto conhecimento de quem está envolvido. É preciso que haja a assinatura de um termo de consentimento esclarecido. A pessoa precisa saber qual é o objetivo da pesquisa e não pode existir a possibilidade de que tenha uma finalidade negativa. A regra é que o paciente conheça todos os detalhes do procedimento. A expectativa em estudos com células-tronco é grande, e muitas pessoas pensam que vai ocorrer um milagre. É preciso passar muita informação. Os cuidados não inviabilizam a pesquisa e são fundamentais para o desenvolvimento da ciência.”

                                                                                                        FONTE: João Batista Gomes Soares,
                                                                                       presidente do Conselho Regional de Medicina/MG
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