SUSTENTABILIDADE - O QUE É ISSO?

O bom senso da humanidade aponta para a redução do crescimento econômico, como também a busca do equilíbrio das relações entre os seres vivos e a natureza começa a conquistar importante espaço na consciência mundial.

A minha geração ainda vive gritos de alertas enunciando os perigos da exploração exaustiva do planeta no que passamos a entender sobre a insustentabilidade dos processos de produção que esgotam as riquezas naturais disponíveis aos seres vivos. O desenvolvimento, assim, precisou ter seu foco alterado, oferecendo clareza aos aspectos relevantes da sustentabilidade.

Nas últimas décadas, o conceito de sustentabilidade foi sequestrado pelo autoritarismo econômico do mercado financeiro. Nesse sentido, foram tomadas todas as precauções para colocar os mecanismos da máquina de produção de bens como créditos bancários, juros suportáveis, subsídios e redução de impostos, usando dinheiro público para favorecer o consumo intenso mediante os artifícios de políticas públicas.

Relativamente, a campanha contra a miséria e a pobreza não visa diretamente às pessoas tão somente no que existe de mais nobre: a liberdade e a participação democrática nas decisões políticas. Em raciocínio vertical, o programa objetiva  em um nível muito maior levar multidões de consumidores aos supermercados e centros comerciais, às empresas de construção, aos bancos, às agências de automóveis, aos aeroportos para apaziguar a forma do PIB. Se desejado e praticado assim, a sustentabilidade se reflete e se resume no PIB. Se o PIB cresce, a sustentabilidade do lucro econômico está garantida. Mas até quando?

Por outro lado, fora dessa raia, temos os ambientalistas. Suas vozes roucas e suas pernas cansadas poem em debates propostas em que se coloca a sustentabilidade em jogo, mas raramente se aponta o cerne da questão: o crescimento da produção. Talvez o medo em alardear essa questão e ofender a humanidade, apenas os alinhem em comportamentos estimulados por instituições ideologicamente conservadoras que se opõem ao planejamento familiar e ao controle da natalidade.

Não consigo, ponderando sobre esses vieses, imaginar o desenvolvimento sustentável com 16 milhões de miseráveis no Brasil e mais de 2 bilhões no mundo futuro. É salutar, e acredito que concordem comigo, considerarmos que sustentabilidade também é investir na proteção preventiva da natureza e dos seres vivos, e cada um tem o seu papel nisso.

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