FUMAR É QUESTÃO DE LIVRE-ARBÍTRIO, VOCÊ CONCORDA?
O cigarro é um produto de periculosidade inerente e não um produto defeituoso, nos termos do que preceitua o Código de Defesa do Consumidor, pois o defeito que alude o Diploma consubstancia-se em falha que se desvia da normalidade. Deste modo, ao se consumir um cigarro um fumante não põe em questionamento a segurança que ordinariamente se espera de um produto ou serviço apreciado. Em sua apreciação, conclui-se ainda, que o fumante age conforme seu livre-arbítrio em razão da suposta contaminação. Difícil é concluir que propagandas arquitetadas pelas indústrias do fumo são suficientes para afirmar no homem qualquer opção positiva sobre o cigarro. Se assim o for, nesta questão, será possível afirmar que nenhuma opção feita pelo homem foi genuinamente livre. Ainda, vejamos, os riscos associados ao consumo de cigarros são de amplo conhecimento público, no Brasil e no mundo, pelo menos desde o século XIX; a decisão de fumar (ou não) traz na essência a questão do livre-arbítrio;