PRESTIGIANDO OS AMIGOS – CRAQUES DE BOLA E DE COZINHA
A gastronomia brasiliense está repleta de craques. Desses,
há, pelo menos três, que são craques duas vezes. Foram, no passado, exímios
artífices de grandes lances com a bola - nos pés ou nas mãos, no caso do
goleiro -, e os são agora naquilo que fazem. Dois são gaúchos e compartilham o
mesmo nome com uma letrinha de diferença: Marcello Piucco e Marcelo Petrarca.
Ambos jogaram no Internacional de Porto Alegre - o primeiro no gol e o segundo,
no meio do campo, atacante, como Neymar.
O terceiro, o mais jovem dos três, é brasiliense: Alexandre
Ferreira, de 24 anos, até bem pouco tempo (menos de dois anos) ainda jogava no
Esporte Clube Vitória, de Salvador, como lateral esquerdo. Para posar para a
coluna, Alexandre fez questão de trazer o fouet (batedor para os leigos),
utensílio que ele mais usa na arte de misturar chocolate com creme de leite
para produzir a ganache - delicioso recheio (ou cobertura) criado em Paris por
volta de 1850 para a Pâtisserie Siraudin.
Quando setembro vier, Brasília vai ganhar novo restaurante na
211 Sul. Ficará no Bloco C, em frente ao New Koto, onde funcionou uma loja de
artigos esportivos. O ex-atacante do Inter estreia vôo solo comandando também a
casa de sua criativa cozinha, que se chamará Marcelo Petrarca. O negócio está
sendo viabilizado com a ajuda dos seus irmãos: Daniel, encarregado das
finanças, e Carolina, das compras.
Avesso a rótulos, o chef - que já trabalhou na Europa com
grandes nomes da mesa -, avisa que o seu projeto é "fazer comida
boa". No menu, ele pretende reunir influências diversas, como as que
aprendeu na Espanha, com Martin Berasategui, no País Basco, ou na Itália, no
restaurante Gracco de Milão.
Dono de uma bagagem contemporânea, com pegada da vanguarda
espanhola, o jovem Petrarca (agora com 26 anos) passou por importantes cozinhas
antes de trabalhar por conta própria: foi chef do Zuu, de Mara Alcamim; do
Grand Cru, no Lago Sul; e do Gazebo, onde ficou por seis meses para
rejuvenescer o menu da casa.
Petrarca ainda não definiu os pratos do menu de seu
restaurante homônimo, mas uma coisa ele já sabe: "não vai ter
parrilla". A referência, de brincadeira, é uma homenagem à especialidade
de seu xará e colega de clube, Marcello Piucco, que vai abrir, na segunda
quinzena de agosto, o El Negro Lago, na QI 17, do Lago Sul, onde funcionou o
Ares do Brasil. Semelhante à matriz da 413 Norte, a nova casa de 120 lugares
surgirá depois de uma profunda reforma a cargo da arquiteta Isabel Veiga, que
trocou o piso, as paredes e colocou o braseiro na entrada.
Piucco lembrou a posição que
defendia no escrete colorado, e não encontrou dificuldade em arranjar um par
de luvas. Tomou-o emprestado de um funcionário, que nas horas vagas bate uma
bolinha com os outros colegas no "timezinho El Negro", como definiu o
chef gaúcho. E você também joga, perguntei? "Não tenho mais fôlego para
isso", respondeu Piucco, do alto de seus 1,90m, e que outrora também se
dedicou ao voleibol, como cortador no meio de rede.
Fonte: CB
Comentários
Postar um comentário